DOCUMENTOS
DAS MESAS REDONDAS
II
MESA REDONDA: "A MÍDIA NO CONTEXTO
SOCIAL" 18.06.1998
Denvolvido
por especialistas da área, esse evento,
promovido pelo Museu, em parceria com o
jornal “Diário de Penápolis”, recebeu mais
de 170 pessoas, na sua grande maioria, jovens
do 2º grau.
“Como
a Família Vê a Mídia na Formação de Opinião”
- um vídeo de 8 min. com depoimentos de
pessoas dos vários segmentos da sociedade;
“História
da Mídia Representada no Rádio, TV e Jornais”
- ausente a socióloga responsável, mas substituída
brilhantemente pelo comunicador Celso A.
Pelosi, que também discorreu sobre “A Mídia
na Vida do Cidadão”;
“Direitos
Legais de Imprensa” - Dr. Jarbas Leal Marques
da Silva, advogado - Presidente da subsecção
da OAB em Penápolis.
Abertura
da II Mesa Redonda, feita pelo pref.
Dr.Firmino R. Sampaio, esq, A. Celso
Pelosi - Dir.Executivo Rede Globo Noroeste
Paulista. |
Ao
falar em nome do Executivo, o prefeito Firmino
Ribeiro Sampaio demonstrou estar inserido
no assunto, evidenciando ter sido um dos
primeiros penapolenses a ter acesso à Internet.
Mostrou- se satisfeito com a iniciativa
dos organizadores, por promoverem algo além
das atividades cotidianas. “Quando se fala
em comunicação, devemos lembrar da imprensa
escrita, rádios e emissoras de televisão.
E hoje, mais do que nunca, a TV é de suma
importância”. Lembrou que, em quase todos
os países, há programas de televisão brasileiros,
mesmo que em fuso horário diferente. Que
a Internet - rede mundial de comunicação
por computador - une pessoas distantes.
Destacou que a mídia tem que ser bem direcionada,
pensando no bem comum. Enfatizou que “todo
cidadão tem o direito de ampliar os seus
conhecimentos. Sem informação, viveremos
alheios e, vivendo alheios a tudo e a todos,
não seremos nada, principalmente agora,
quando nos deparamos com um mundo globalizado”.
“Falar
sobre Direitos Legais da Imprensa é o mesmo
que falar sobre os direitos da pessoa humana.
Desde a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, a liberdade do ser humano e da
imprensa já vem sendo reforçados no mundo
inteiro”. À partir deste princípio, Dr.
Jarbas desenvolveu sua palestra. Para ele,
a imprensa é farol, demonstração clara se
um país, governo e povo são livres, ou não.
Lembrou que, no regime ditatorial, uma das
primeiras providências é calar a imprensa,
fechando jornais e prendendo jornalistas.
Ele fez ainda algumas observações sobre
as constituições brasileiras e o papel da
imprensa. “Fala-se e escreve-se o que se
quer, mas, naturalmente, a liberdade tem
ao seu lado uma outra característica muito
importante, que é a responsabilidade”. Frisou
que a Constituição, embora dê algum direcionamento,
pode tirar alguns direitos, como no art.
1º - “É livre a manifestação de pensamento,
a procura, recebimento ou difusão de informações
ou idéias, por qualquer meio e sem depender
de censura, respondendo cada um nos termos
da lei, pelos abusos que cometeu”. Dr. Jarbas
fez outras abordagens dos direitos e deveres,
dentro do tema de que foi incumbido e destacou
que a imprensa pode tudo, porém, o direito
de um, é o mesmo do outro.
Auditório
do Sindicato Rural (1998). |
Descontraidamente
e abordando os primórdios da comunicação,
para apresentar o tema a que se destinava,
Celso A. Pelosi afirma não ter receitas
e nem fórmulas acabadas para apresentar,
mas relataria experiências e conhecimentos
de anos de profissão. “A mídia está incorporada
em nossas vidas, desde quando nascemos.
Filmagens de nascimentos, casamentos, fotografias,
etc... Necessidade das pessoas se comunicarem.
Ela passa a ser uma necessidade intrínseca
da humanidade”. Segundo ele, “todos buscam
respostas para determinadas equações existenciais.
Através das respostas, nós estabelecemos
nossas relações sociais e o caminho, que
se vai percorrer: da correção, da imprensa,
através dos jornais e revistas, passando
pela criação da fotografia, cinema, rádio
e televisão. Como exemplo de outras formas
de comunicação, disse que os arqueólogos
buscam vestígios de civilizações, que deixaram
gravados seus códigos e que, estudados,
retratam sua história em todos os seus aspectos.
O homem, hoje, envia sondas ao espaço em
busca de sinais de outras formas de vida.
Citou outro código de comunicação, muito
conhecido da humanidade, que são os Mandamentos
de Deus, gravados em tábuas, numa comunicação
do Divino com o Humano. Lembrou que os sentidos
da visão e audição são fundamentais, pois
conseguem despertar outras emoções, como
a curiosidade, existindo ainda outras formas,
“até extra - sensoriais”, sem falar da intuição,
“que poucos de nós desenvolvemos”. Advertiu
que direitos pressupõem deveres e que o
jornalista, no exercício de sua profissão,
precisa ter ética e responsabilidade. Relacionou
os veículos de comunicação de massa, os
avanços tecnológicos, que são fundamentais
nesse contexto. Pois viabilizam a comunicação
dos astronautas na lua, com seus familiares
na terra. A tecnologia agiliza a comunicação.
A informação vai ser cada vez mais valorizada,
podendo ser considerada um bem de consumo.
Será um diferencial importante, para quem
busca uma sociedade, cada vez mais competitiva.
A mídia provoca integração e necessidade
de falar outras línguas. Os “sites” mais
visitados na Internet são as páginas de
conversação. Como mensagem de otimismo aos
jovens presentes, falou que devemos Ter
a coragem de ser diferentes, deixando de
lado a mediocridade. “Muitos erros que temos
visto, se devem à acomodação de não defendermos
aquilo em que acreditamos. Temos que recuperar
o patrimônio moral da família”. A TV está
envolvida com a sociedade, integrando-se
com a sua luta, envolvendo-se com projetos
comunitários e amplificando suas virtudes.
Importante que se reflita sobre tudo aquilo
que recebemos. Bom é separar fatos desagregadores,
refletindo sobre os modelos, pode-se discernir
o que é melhor. Hoje erra-se mais por desinformação
e despreparo”.
O
resultado dos debates foi positivo. Todos
nós vivemos de informações, em todos os
meios. É através da mídia, que conseguiremos
receber e levar conhecimento. Portanto,
o evento atingiu plenamente as nossas expectativas.
Esse
documento foi elaborado pela Assessoria
de Comunicação da P. M .P.
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Quando
vimos o que vimos, Quando ouvimos o que
ouvimos, Quando sabemos o que sabemos, Fazemos
o que fazemos.”
Jacques
Hainard
Museu de Etnografia Neuchâtel Suíça
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