IMIGRAÇÃO
PORTUGUESA
Entre
1900 e 1915, a emigração na Europa foi intensa.
Aqueles países superpovoados viviam uma situação
de excesso de mão de obra, gerando problemas
de caráter social. Período de maior intensidade
no fluxo migratório. A massa de indivíduos,
envolvidos nesse processo, se dirigia para
os países da América. Preferiam os EUA. O
Brasil está entre os que menos absorvia, mesmo
considerando a necessidade de braços para
a lavoura cafeeira.
Imigrantes portugueses
- Miguel Gomes da Silva e Stella Mardegan
Gomes da Silva 1901 |
Ao
final desse período, Portugal
sustentava a saída de 270.000 pessoas.
Únicos
imigrantes europeus, durante o período colonial,
os portugueses, durante os 30 primeiros
anos que seguintes à Independência, deixaram
de vir. Recomeçam a partir de 1853, chegando
a ser significativo o contingente desses
imigrantes. Pois, até 1930, representavam
29% da imigração no Brasil. Estabeleciam-se,
em todo o território nacional, nas fazendas
de café, mas na primeira oportunidade, seguiam
para as cidades e abriam seu pequeno negócio.
Sobressaiam-se com padarias, mercearias
e serralherias. Também havia, entre eles,
muitos ferreiros.
A
construção da ferrovia os atrai para Penápolis.
Trabalham na extração de madeira, para os
dormentes da estrada de ferro. Contribuíram
também na construção civil. As primeiras
serrarias eram de portugueses. O objetivo,
dos que para cá vieram, era trabalhar por
empreita, não se dedicaram ao operariado.
“A
igreja de Fátima foi construída pela colônia
portuguesa - de acordo com a primeira ata,
o fundador foi Manoel Gomes da Silva. A
colônia portuguesa cuidou da manutenção
e direção da Igreja até 1989. Agora está
sob os cuidados da Comunidade do Bairro
de Fátima.”
Álvaro
Gomes da Silva
“ A guerra de 14 durou quatro anos.
Minha mãe comprava sardinha já salgada para
fazer comida com ele. Pois o sal não existia.”
“Acho que naquele tempo era melhor, não
precisava colocar veneno nos mantimentos
- uma gente forte - naquele tempo não tinha
médico... como antigamente não tinha pó
de ferro, minha mãe lavava a enxada, o enxadão
e juntava pregos enferrujados, fervia tudo
aquilo e dava o xarope para nós, para ficarmos
forte.”
Lídia da Costa Serrador Pereira
“Do Paraguai de Cima para o Alto Alegre,
a estrada foi feita pelo povo de picada
de foice.”
Alfredo
Alves Penteado
“Lá(em
Portugal), quem tem um alqueire de terra,
é fazendeiro.”
Clementino Antonio Corrêa
“Havia
em Bauru, um Consulado que registrava a
chegada das famílias e as encaminhava para
as zonas onde houvesse trabalho e Penápolis
era um campo novo e rico em oportunidades.”
Prof. Fausto Ribeiro de Barros
“Meu
pai veio para Penápolis porque a terra era
muito longe, era igual Rondônia hoje, ninguém
queria ir, a terra era mais barata, a estrada
de ferro começando por aqui - naquele tempo
(1915) era Avanhandava...aqui em Penápolis
não tinha nada.”
Leonor
Penteado Valadão
Troca de caldeiras na Serraria da família
Fernandes - 1943 |
“...meu
pai veio a Penápolis arrumar uma casa para
a gente morar, ficou na pensão do Manoel
Domingos Ventura...comprou mantimentos,
machado, foice, ferramentas e bala de carabina,
comprou umas 6 dúzias. Naquele tempo, todo
mundo andava armado dentro do trem. Ficou
em Penápolis em 1911, por volta de outubro
para frente. Porque ele comprou as terras
do Cruz (Manoel Bento da)...em Birigui,
nos instalamos na casa da estação e após
o Natal, Francisco Galindo de Castro trouxe
a mulher para fazer serviço doméstico para
os homens. Foi a primeira mulher que veio
para Birigui, chamava-se Antonia Real Dias.”
Antonio
da Silva Nunes
“Era de hábito muito religioso, na
Semana Santa, na 6ª feira – dia de Jesus
Morto – era proibido abrir as janelas, varrer
a casa, pentear os cabelos, só faziam após
o meio dia.”
Neusa Fernandes Franzino (filha de Albertino
Fernandes)
“O
Sr. Francisco Azenha veio para o Brasil
em 1907, casou-se com uma italiana de Nápole,
Dona Ana Rillo e tiveram 9 filhos: José,
Maria, Donata, Francisco, Nair, Aparecida,
Ana (minha esposa), Tereza e Lair.”
Benedicto
Falleiros
“...em
1961 eu fui para lá (Portugal) e revi pessoas
da minha idade...eu sou muito emotivo, fiquei
doente e com um mês e pouco voltei e só
me senti feliz quando o avião pousou em
Pernambuco, eu falei:- “Graças a Deus, se
eu morrer, quero morrer num país chamado
Brasil”- e aqui estou até hoje com a minha
família.”
Antonio
da Silva Pereira
“Penápolis se resumia a ... onde hoje
é a estação de Estrada de Ferro, ali era
toda a vida e aquele coreto que está em
frente a igreja da Aparecida fazia parte
do Jardim da antiga rodoviária.”
Nair
Rodrigues Fernandes (filha de Antonio Rodrigues
Fernandes)
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