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“Os museus não apresentam soluções. Eles devem fazer perguntas. Devem praticar a ironia – ela ajuda na reflexão acerca dos problemas e na busca das soluções. É a forma de fazer a vida melhor. O museu não vai mudar a realidade.”

Jacques Hainard – Museu de Etnografia – Neuchâtel – Suíça

Esta publicação pretende apenas elencar dados que despertem para mais uma leitura da nossa história. Portanto, é um trabalho aberto. Pode parecer factual, mas o Museu não deve conceituar. Ele deve questionar, levando o leitor à busca e reflexão acerca das próprias descobertas. O Museu não vai mudar a realidade, mas ele pode contribuir para o reconhecimento das identidades culturais, para seu fortalecimento e para o reconhecimento da existência de outras culturas, que merecem igual respeito. Deve também proclamar a necessidade de um desenvolvimento humano integral, caracterizado pelo conhecimento e inserido em um meio devidamente preservado, utilizado racionalmente para sobrevivência das atuais gerações, tudo cuidadosamente conservado para garantir os direitos das gerações futuras. Nesse momento, em que a globalização ameaça a preservação das características culturais, ele deve contribuir, mediante um processo devidamente concebido, para a assimilação benéfica da tecnologia que nos chega avassaladora e usar desse recursos para garantir o resguardo dos valores, da ética, das manifestações de toda natureza, enfim, do comportamento.

“Hoje, mais do que nunca, a função educativa do museu tem que ser enriquecida com uma faceta informativa suficientemente atrativa para competir com outros meios inseridos na sociedade que atuam em nossas vidas cotidianas.”

Hernan Crespo Toral

Toda essa discussão justifica a necessidade de modernizar cada vez mais as atividades do Museu, que deve estar integrado ao contexto em que atua. As características próprias da sociedade devem ser preservadas. No entanto, as ações culturais devem estar em constante transformação, visando não só a diversidade das coleções, que compõe os acervos, mas o público a ser abordado. Por isso esta publicação, primeiramente pela observação da necessidade de se refletir acerca dos acontecimentos nas várias áreas de atividades de Penápolis, pois, constata-se também a impertinência dos temas no que diz respeito à sua utilização social. Reforçam essa preocupação as diversas avaliações dos fatos históricos do município. E, finalmente, compreende-se função do Museu a divulgação da memória, uma vez que ele detém os elementos comprobatórios e os mecanismos de busca. O Patrimônio Nosso Senhor do Passos representa o marco inicial da ocupação da noroeste, o Salto do Avanhandava foi o ponto estratégico das frentes desbravadoras e o rio Tietê representou o primeiro caminho desses grupos. Devemos, pois, assumir esses fatores como elementos propulsores do povoamento dessa região, assim como a fundação e desenvolvimento de Penápolis se devem à cultura do café, à chegada da estrada de ferro e aos imigrantes. Devemos lembrar, ainda, dos Franciscanos que foram atuantes, não só no processo da fundação, mas, sobretudo, no planejamento físico da cidade e nas iniciativas sociais.

Ana Maria Pereira Franco

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